"Quanto mais conheço o mundo, tanto mais nos fechamos, confiando apenas em nós próprios e em ninguém, ninguém mais" As Cartas de dona Leopoldina para a irmã Maria Luísa

 Por: Cauã Carvalho da Costa.


Em 29 de Novembro de 1816, era assinado em Viena o tratado de casamento entre dom Pedro e a arquiduquesa Austríaca dona Leopoldina. Mas como já sabemos esse não seria dos melhores casamentos, dona Leopoldina se queixava em cartas sobre o Relacionamento com o marido que não tinha vergonha de a fazer sofrer. A verdadeira confidente de dona Leopoldina seria para sempre, até sua morte em 1826, Maria Luísa Duquesa de Parma. Maria Luísa sempre fora a melhor irmã e confidente de dona Leopoldina. Para ela chegava a ser um exemplo em ter uma irmã mais velha como ela. Mas o que Leopoldina não sabia ou se sabia não registrou em cartas ou em qualquer outra coisa, era que sua irmã tinha um caso com o conde de Neipperg. E com este teria três filhos. Isso aconteceu depois de Napoleão ser exilado na Ilha de Elba. Em 1818, Dona Leopoldina escreve para a irmã: 

" [...] Quanto mais conheço o mundo, tanto mais nos fechamos, confiando apenas em nós próprios e em ninguém, ninguém mais. Sei o que é separação, sinto-a profundamente, creio que ninguém a sentiu ou sente tão bem como eu. Pátria, continente, toda a minha família, deixei tudo, tudo e a uma distância de cinco mil milhas; minha perspectiva é nunca mais revê-los [...]. Poderia dizer que também estou sozinha aqui, pois vejo tantas atitudes contraditórias que não consigo dormir direito [...] (GRIFO MEU) REZZUTTI, PAULO DONA LEOPOLDINA, pág 175.


Em 1819, ela desabafa ainda para a irmã: 

" [...] Se ficasse livre hoje não mais me casaria, pois embora a lua-de-mel seja um período lindo, o sagrado estado do matrimônio traz consigo muita preocupação, aborrecimento e sacrifício, e suportar tudo isso com paciência já é o suficiente". REZZUTTI, PAULO DONA LEOPOLDINA, pág 181.


Fonte: REZZUTTI, PAULO. Dona Leopoldina a história não contada a mulher que arquitetou a Independência do Brasil, 2017.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dona Amélia de Leuchtenberg: A Imperatriz esquecida