Do Rio de Janeiro para Portugal: A Trajetória de Maria II

                                    Por: Cauã Carvalho da Costa. 

Retrato por John Simpson, c. 1837.

Em 4 de Abril de 1819, nascia a primeira filha do Príncipe dom Pedro I e da arquiduquesa Austríaca Maria Leopoldina. A Menina recebeu o nome gigantesco de: d. Maria da Glória Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Rafaela Gonzaga. Além do mais a menina recebeu o título de princesa da Beira, herdeira do trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. O Príncipe Dom Pedro Não ficou chateado por ser uma menina, Não existe documento sobre isso. O que existe é que o príncipe se divertia muito sendo pai. Tanto d. Pedro quanto dona Leopoldina revezavam-se em embalar a menina nos braços quando estavam em casa. Até mesmo a cavalo d. Pedro levava a filha para passear. 


**INFÂNCIA** 




A Infância de dona Maria da Glória, aconteceu no Rio de Janeiro, mais precisamente no Paço de São Cristóvão. A princesa cresceu vendo as discussões dos pais, no quesito traição da parte de dom Pedro. Maria da Glória também teria que dividir o mesmo espaço com os filhos bastardos do pai, com a amante Domitila de Castro. Em 1824, Maria da Glória começou a ter aulas com a inglesa Maria Graham, amiga íntima de sua mãe, mas a preceptoria só duraria um mês. O Frei Arrábida comentou que "a dama geralmente acompanhava a princesa nessas ocasiões permitia que ela corresse pela capela e interrompesse a cerimônia". Quando Maria Graham assumiu a tutoria de Maria da Glória, d. Leopoldina informou à irmã que a filha "já lê fluentemente na língua materna e em francês e sabe de cor quase todas as fábulas de La Fontaine, agora está começando em Geografia e a Bíblia".

Maria da Glória aos 10 anos. 

  Em 1826, faleceu em Lisboa o rei Dom João VI, supostamente de envenenamento. Em 2 de Maio desse mesmo ano dom Pedro que era o herdeiro de seu pai, abdicou do trono português em nome de sua filha Maria da Glória com 7 anos. Dona Maria da Glória seria mandada para Portugal para terminar a sua educação, o que fez dona Leopoldina se preocupar com a filha: "Em pouco tempo me espera a separação de minha boa Maria, que será rainha de Portugal  [...] se pudesse estar no seio de minha amada família eu ficaria mais tranquila." Em 11 de Dezembro desse mesmo ano, Maria da Glória perdeu á mãe. Em meados de 1827, chegaram a Viena cartas de d. Pedro e do barão de mareschal. Informava em uma delas que mandaria d. Maria da Glória para ser criada na corte do avô, até ter idade para reinar, quando então se casaria com o tio, Miguel. 

Em 25 de Abril de 1828, d. Miguel foi aclamado rei de Portugal pelo senado de Lisboa. Sendo assim ursupando o trono da sobrinha. No dia do aniversário de d. Maria da Glória, em 4 de Abril de 1829, apesar de ela estar na Inglaterra com o Marquês de Barbacena e suas damas de companhia, houve no Paço Imperial do Rio de Janeiro uma celebração em que d. Pedro recebeu,  dos diplomatas estrangeiros na corte, os votos em favor da filha. Em 16 de Outubro de 1829, chegava na baía de Guanabara a fragata Imperatriz que trazia a bordo dona Amélia futura impetraiz do Brasil, também vinha com ela d. Maria da Glória. 

Em 1831, dom Pedro abdicou do trono brasileiro em favor do seu filho Pedro de Alcântara com apenas 5 anos. Junto a Dona Amélia e Maria II, partiu para Portugal, para lutar contra o irmão sobre os direitos da filha. Dom Pedro faleceu em 1834, de tuberculose. Em 1836 Maria da Glória se casou com o Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha. Maria II faleceu em 15 de novembro de 1853, aos 34 anos em consequência do parto do seu 11° filho.




FONTES USADAS: REZZUTTI, Paulo. Dona Leopoldina a história não contada a mulher que arquitetou a independência do Brasil 2017. REZZUTTI, Paulo. Dom Pedro a história não contada o homem revelado por cartas e documentos inéditos, 2015.

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