DO RIO DE JANEIRO PARA O SALÃO DA FRANÇA: FRANCISCA DE BRAGANÇA

 

Em 2 de agosto de 1824 dona Leopoldina deu á luz a seu sexto filho. Uma menina que recebeu o nome de Francisca, alguns por causa do Rio São Francisco outros por causa do seu avô materno Francisco I da Áustria. A pequena bebê teria uma infância infeliz, mas um futuro brilhante e que dava inveja. Em 11 de dezembro de 1826 Francisca ficou órfã de mãe com apenas dois anos. A Imperatriz Leopoldina subiu ao céu como Santa mártir que era na terra. 


Após a morte da mãe Francisca ganhou uma nova madrasta, A escolhida foi dona Amélia de Leuchtenberg, neta postiça do antigo imperador Napoleão Bonaparte, filha do Príncipe Eugênio de Beauharnais, mas esta não duraria muito. Em Abril de 1831 dom Pedro I abdica do trono brasileiro em favor do seu filho dom Pedro II, deixando-o com as três Irmãs no Brasil. Partem para Portugal dom Pedro, dona Amélia que irá se descobrir grávida na travessia e a irmã mais velha de Francisca, Maria Da Glória. As crianças ficam sob os cuidados e tutoria de José Bonifácio de Andrada e Silva e como aia D. Maria Antônia Magalhães de Verna.

Dom Pedro II, dona Januária e dona Francisca.

A infância da pequena Francisca foi marcada por perdas, uma delas seria em 1833 em Janeiro falece aos 10 anos incompletos a princesinha Paula Mariana. Os irmãos que já eram carentes de Amor e cuidados fraternais, sofreram ainda mais com a morte da irmãzinha tão querida. No ano seguinte quem iria falecer era o pai, o ex imperador e agora Duque de Bragança dom Pedro I ganharia a guerra que lutava contra o irmão usurpador dom Miguel, faleceria em Setembro de 1834 de tuberculose. Imagina o quanto de sofrimentos e lágrimas essas crianças sofreram e derramaram. Em janeiro de 1838 chegou ao Rio de Janeiro o Príncipe de Joinville, Francisco era filho dos reis franceses Luís Filipe e da rainha Maria Amélia. Tinha dezenove anos e servia como tenente da nau Hércules. Na época demorou-Se no Rio de Janeiro, percorreu a Mantiqueira e a Serra do Mar em lombo de burro, visitou as minas de ouro de Gongo-Seco admirou o decote das mineiras e as formas de "uma mulata bem torneada" numa birosca ao pé do corcovado. "Finalmente percebo uma figura miudinha, da altura da minha perna, empertigada, compenetrada, emproada. Era sua majestade" o futuro Cunhado. Sobre Francisca anotou: "é aprumada, seca e extraordinariamente sagaz, sua irmã sempre a coloca na dianteira e ela informou que vai me dar um papagaio que fala."


Não foi amor a primeira vista e sim compaixão: "Logo me retirei cheio de piedade por essas pobres crianças abandonadas a quem damos apenas aquilo que é preciso para viver e que são incessantemente perseguidas por uma nuvem de gente sem moral que deixa o país que lhes foi confiado cair em uma rápida decadência". E assim com essa imagem dos príncipes imperiais Francisco partiu, voltando em 1843. Francisco logo voltou e todos achavam que ele iria pedir a mão de Francisca, mas Joinville estava apaixonado por uma atriz francesa: Elisabeth Rachel Félix esta tinha dois bastardos, o bastante para que os reis da França desejassem a tal mudança para seu filho. 


Mas Rachel traiu Joinville com o filho bastardo de Napoleão, o Conde Walewski. Com o coração sangrando, ele aceitou a sugestão dos pais para curar-se: o casamento. Aos poucos Francisco foi achando Francisca bonita e ela não hesitou em se fazer-se bela. Passava horas na frente  do espelho o que irritava a dadama: "Quer, então, que eu me sinta horrorosa?". O pedido oficial foi feito na noite de 19 de abril e a data marcada para 1° de maio. A cerimônia foi realizada na mais estrita intimidade, com pouquíssimos convidados. Ela, vestida de branco á francesa em meio às damas de amarelo e verde. Terminado o casamento civil e o religioso, foi abraçada pela irmã e teve procissão de beija-mão ao imperador. 

Partiram para a França em 12 de Maio de 1843. Quando chegou a França, Francisca conheceu os sogros. Em Agosto de 1844 nasceu Chiquita. Depois de Chiquita veio ao mundo Pedro, Duque de Pentiévre, logo depois em 1849 Francisca deu à luz a um menino morto. Francisca faleceu em 27 de Março de 1898 em Paris.


Fontes: PRIORE, Del Mary CONDESSA de BARRAL a paixão do imperador, 2020. REZZUTTI, Paulo. Dom Pedro II a história não contada o último imperador do Novo Mundo revelado por cartas e documentos inéditos, 2019. REZZUTTI, Paulo. Dom Pedro a história não contada o homem revelado por cartas e documentos inéditos. REZZUTTI, Paulo. Dona Leopoldina a história não contada a mulher que arquitetou a independência do Brasil 2017.


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