A TRISTE INFÂNCIA DE DOM PEDRO II

 



Entre a madrugada e 1° e 2 de dezembro de 1825 dona Leopoldina começou a sentir as dores do parto. Este como tantos não foi dos mais fáceis. O boletim médico publicado na sexta feira dia 2, no Diário Fluminense, o médico Imperial Câmara, Dr Domingos Ribeiro dos Guimarães Peixoto, informava:

"Às duas horas e meia da madrugada do dia 2 do corrente, S.M a Imperatriz deu á luz um Príncipe com a maior felicidade possível, no meio de um trabalho bem de quase 5 horas, todavia assaz incômodo, tanto pela posição pouco favorável do tronco da entrada do estreito superior da bacia, que não deixava sem grande dificuldade descer a cabeça [...]." Sendo assim um herdeiro  tirava dona Maria Da Glória da posição de herdeira do trono torno. Mas não demorou muito a Felicidade, no ano seguinte dona Leopoldina faleceu após um aborto espontâneo, no dia 11 de Dezembro de 1826, o pequeno bebê ficou órfão de mãe com um ano. Em 1831 o pai dom Pedro I abdicou do trono do Brasil e partiu para Portugal junto à sua segunda esposa dona Amélia de Leuchtenberg e a filha mais velha dona Maria Da Glória. Dom Pedro I partiu deixando no Brasil os quatro filhos: dona Januária, dona Paula Mariana, dona Francisca e Dom Pedro II que dois dias depois em 9 de Agosto iria ser a Aclamação do pequeno dom Pedro II com apenas cinco anos.

Grandes deveres, grandes responsabilidades. A infância dessas quatro crianças em especial Pedro II foi marcada por perdas, educação formal, solidão e cumplicidade. Sabemos por cartas que o menino imperador de oito anos em 1834, para a irmã mais velha dona Maria II de Portugal que ele adorava sorvete! Num pós-escrito anotava: "já tomei sorvete de limão e de baunilha."


Dom Pedro II tinha alguns amigos além das irmãs, raramente eles brincavam. Já que o menino imperador tinha sua cabeça nos estudos e raramente se divertia. Entre os amigos de infância estava: Luís Pedreira do Couto Ferraz, esse Pedrinho permitia ser tratado na intimidade por "você". O irmão de Luís, João, Guilherme Schüch de Capanema, Francisco Otaviano e Manuel José de Assis Mascarenhas. 

RELAÇÃO COM AS IRMÃS 

Dom Pedro II no centro, d. Francisca, á esquerda, e d. Januária, á direita, em luto pela perda do pai. Desenho dedicado ao regente Diogo AntônioFeijó, 1834.


Após a morte de dona Paula Mariana em 1833, só restava aos três irmãos uma cumplicidade de ambos. Enlutados pela perda da irmã querida os três irmãos criaram uma relação carinhosa, mas nem tão carinhosa assim... tem uma história que dom Pedro II teria dado uma surra em uma das irmãs por ter lhe dado às costas. Os príncipes imperiais sabiam quais eram seus deveres e Não fugiam deles, até por quê não tinha como. Tiveram uma infância triste, solitária mas com um pouco de diversão.


Texto de Cauã Carvalho da Costa. 


Fontes: REZZUTTI, Paulo. Dona Leopoldina a história não contada a mulher que arquitetou a independência do Brasil, 2017.
REZZUTTI, Paulo. Dom Pedro II o último imperador do Novo Mundo revelado por cartas e documentos inéditos, 2019.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dona Amélia de Leuchtenberg: A Imperatriz esquecida